25 de May de 2022

Amor e harmonia familiar em diversas formas

Sozinho, o sofrimento só se aprofunda. Os seres humanos precisam estar com e entre outros seres humanos. O envolvimento com os outros forja nosso caráter e nos enriquece (Daisaku Ikeda)

Da esq p/ dir.: família do Luciano e Sayuri; Elisandra e Bárbara; casamento de Ívila e Vitor

Há somente algumas décadas, a família representava a união entre um casal de mulher e homem, com seus filhos. Mais recentemente, o conceito foi mudando e passando a se denominar um núcleo de pessoas que possuem laços de convivência baseados no afeto, consanguíneos ou não, com ou sem filhos. Segundo a Constituição brasileira, o conceito de família abrange diversas formas de organização fundamentadas na relação de convivência harmoniosa entre seus membros. Entretanto, não se trata de um conceito rígido ou imutável como se verá a seguir.


Nossa redação trouxe para celebrar a Família Soka, três exemplos distintos e harmônicos. Cada qual com sua particularidade e magnificência.


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O casal carioca, Ívila Marcely Alves Adães e Vitor Vieira Costa, se conheceu nas atividades da BSGI. Atuaram juntos nos bastidores de vários eventos. “Entretanto, foi no casamento de amigos em comum que o desejo de nos aproximarmos de forma natural, despertou. Isso foi em julho de 2016 e até hoje não nos desgrudamos mais”, contou Ívila.


Vitor pediu sua musa em namoro no dia 17 de julho de 2016. Estava acontecendo uma importante atividade do Núcleo Feminino do Rio de Janeiro, cujo slogan e canção era “Sabias, fortes e alegres”. “Impossível não lembrar!”, exclamou ela.


Embora fossem pessoas completamente diferentes, com o passar do tempo, foram se descobrindo com histórias e ideias comuns. No budismo aprende-se que as pessoas afins tendem a se encontrar. “Nossa relação de vida-a-vida é muito forte!”, ressaltou.


O budismo entrou na vida dela no ano 2000, ainda muito jovem, aos 13 anos. Na época, passava por diversos desafios em casa. Em meio a essas questões, sua irmã mais velha, de somente 14 anos, Sâmera, incentivou-a a orar o mantra, enfatizando que era a única forma de transformar o destino da família.


Já o início da prática budista de Vitor se deu um pouco depois, em 2008, por intermédio de um amigo do trabalho. E, pouco tempo depois de se converter, teve a oportunidade de participar da Convenção dos Jovens do Brasil, no dia 3 de maio de 2009, no Ginásio do Ibirapuera. Sua conexão com o budismo era algo de outras existências, intuiu.


Ambos são unânimes em afirmar que foi no Núcleo de Jovens onde forjaram suas vidas e sua relação de Mestre e Discípulo, decidindo dedicar suas existências à missão de pacificar o mundo por meio da Cultura Soka. Foram líderes de grupos de base dos seus respectivos Núcleos Feminino e Masculino de Jovens, além de participações em treinamentos no Japão.


Decidiram juntar suas histórias de vida em 2020, mas a pandemia chegou e tiveram que adiar os planos. Mas não o desejo de adotar o filho de quatro patas, Bruttus. O ano de 2021 chegou e, junto com a esperança da vacina, decidiram não mais postergar os planos e em outubro realizaram o casamento tão aguardado, numa cerimônia familiar em casa, com transmissão aos amigos e familiares. “Enfim, a nossa determinação de envolver todos na órbita do amor aconteceu e foi lindo! Como dissemos aos nossos amigos na cerimônia ‘acreditem no amor!’”, finalizaram.


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Bárbara Notaro Beato conheceu Elisandra de Oliveira Vieira, no trabalho. Ambas são de Marília-SP. Elisandra tinha um restaurante e Bárbara vendia propaganda. “Quando comecei a trabalhar como vendedora de rádio, procurei as pessoas que eu já conhecia para perder o medo de vender algo novo. Então, como eu costumava pedir marmitas no seu restaurante fui abordá-la para oferecer propagandas na rádio e então começamos a conversar sobre a vida”, contou Bárbara.


Elisandra conheceu o budismo por meio de um amigo, que a incentivou a orar o mantra budista para vencer questões de desarmonia familiar. Além disso, buscava uma religião em que ela pudesse compreender mais a fundo as questões da humanidade e encontrou isso no budismo há 28 anos.


Descobriram vivências em comum, como o fato de que a namorada de Elisandra, na época, não aceitar a própria sexualidade. Bárbara passara pelas mesmas situações e sofrera muito. Foi dessa forma que se iniciou uma linda amizade, por meio do incentivo mútuo. “E comecei a admirar muito a forma como ela via a vida!”, exclamou Bárbara.


Foi por intermédio de Elisandra que ela conheceu o budismo, religião que praticava há alguns anos. Embora tivesse vontade não conseguia participar. Finalmente, quando já se estabelecera uma sólida amizade, Bárbara conseguiu participar de sua primeira reunião para iniciantes. “Quando a vi apresentando a atividade comecei a desconfiar que estava apaixonada”, confessou.


Não demorou para que, após iniciar a prática budista, ter confirmada suas suspeitas com a declaração de Elisandra. Bárbara encontrara, ao mesmo tempo, a filosofia de vida que sempre buscara e o amor de sua vida. “Começamos a namorar no mesmo mês que me converti. Um ano depois decidimos nos casar e unir nossas vidas e nossa missão!”, completou.


Desde 2013 são uma família composta por duas mulheres, uma gatinha chamada Ameliê e a avó de Bárbara, que se juntou a elas. Bárbara conta que seu interesse no budismo se deu em sua primeira reunião. Elisandra era a mestre de cerimônias e, todos ali presentes, sabendo que era lésbica, a tratavam com afeto, respeito e admiração. “Eu achava aquilo incrível, já que havia passado por inúmeras situações de discriminação em outras instituições religiosas que mexeram muito com minha autoestima e fé”, explicou.


Sentiu-se acolhida, e percebeu que dentro da Soka Gakkai as pessoas compreendiam o real sentido da vida, onde todos se tratavam de igual para igual. Depois, recitando o mantra, sentiu na pele coisas que nunca imaginava sentir. “Uma força inexplicável, caminhos que se abriam, objetivos que se concretizaram, e uma força interior muito grande. Ao longo desses anos de desenvolvimento mútuo do diálogo e compreensão, desenvolvemos um espírito de união muito forte, capaz de enfrentar qualquer situação unidas em harmonia”, finalizou.


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O terceiro casal de nossa matéria vem de São Paulo, capital. Luciano Gonçalves do Nascimento e Sayuri Karina Komesu conviviam desde há muito tempo, pois desde o início de suas práticas budistas participaram no mesmo Núcleo de bairro. Mas somente se cumprimentavam, ambos muito tímidos, cada qual em seu relacionamento.


Passados muitos anos, em 2004, ambos já na faixa dos 30 anos e solteiros, os contatos se intensificaram devido as atividades da BSGI. O Universo conspirando para unir esses dois jovens budistas, embora nem sonhassem com isso, à época. Luciano conta que em determinado momento já se falavam quase que diariamente e, do nada, criou coragem para convidar Sayuri para um cinema.


“O filme era o ‘Quarteto Fantástico’, nada romântico... Mas o mais importante era a companhia!”, explicou ele. Com certeza a companhia que um fez ao outro, mesmo num filme de ação, sem grande romantismo, teve eficácia, pois esse foi o início do namoro. Ambos muito ocupados, tentando conciliar trabalho, estudos, atividades da BSGI, foi um grande desafio! Mas o maior, sem dúvida, foi convencer o pai de Sayuri que só aceitou a relação dos dois, três anos depois. A cultura nipônica se interpondo entre os apaixonados. “No nosso noivado ele estava muito feliz vendo a alegria da filha. E, somente um mês depois ele veio a falecer. Unimos nosso amor ao ideal transformar o destino de nossas vidas e de toda a Humanidade, após 6 anos de namoro, em 2011”, contou Luciano.


A primeira grata surpresa chegou logo. “No final de 2012, nosso mundo mudou. Soubemos que estávamos grávidos!”, exclamou. Novo desafio, pois foi uma gestação onde foi constatada uma síndrome genética rara. Porém, nos escritos do Buda Nichiren consta que “não há oração sem resposta”. E em 16 de julho de 2013, nasceu a primogênita do casal, totalmente saudável, Karen Haruka.


E, em meados do segundo semestre de 2015, uma nova e grata surpresa: grávidos de novo. Em 13 de abril nasceu Enzo Hidekazu, com saúde, gordinho e bochechudo. Quando contava com um ano, foi diagnosticado com uma cardiomiopatia congênita, descoberta por acaso e hoje sob controle. “Haruka e Enzo são os nossos maiores tesouros e estão crescendo e se desenvolvendo nos jardins da Soka Gakkai”, conta o orgulhoso papai Luciano.


“Estamos nos esforçando a todo momento para construir um lar harmonioso baseado no diálogo e no respeito à individualidade de cada um. Educar os filhos nos faz voltar ao ponto primordial da prática budista. Tentamos relacionar tudo com a natureza, contamos nossas vivencias em forma de relatos bem simples e curtos, aproveitamos nossas dificuldades e erros para explicar sobre o processo de mudança interior e que podemos sempre melhorar. Tentamos dar bons exemplos através da nossa postura e atitudes. É um aprendizado mútuo que nos incentiva a aprofundar mais intensamente no caminho da revolução humana”, finalizou.

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