Núcleo de Biotética da BSGI (NEBIO) realiza primeiro encontro denominado “Cidadania Planetária em Ação”
Palestrantes do I Encontro do Núcleo de Bioética
Plateia do evento: atenção e reflexão
Os médicos, Carlos Mitsugui e José Eduardo de Siqueira conferem a biblioteca da Sede da Coordenadoria Cultural da BSGI
Refletir sobre quais os valores que a sociedade deve adotar para impulsionar que o humanismo norteie todos os campos do conhecimento, a fim de tornar a sociedade mais pacífica e justa foi o ponto alto do Primeiro Encontro de Bioética realizado, de forma inédita, pelo NEBIO sob o tema: Cidadania Planetária em Ação, no dia 14 de novembro, na Sede Cultural e Educacional da associação. Profissionais das áreas da saúde, universitários, comunicólogos, advogados, nutricionistas prestigiaram o evento que teve como palestrante convidado o médico José Eduardo de Siqueira, coordenador do Curso de Medicina da PUC - Londrina-PR e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Bioética. Na ocasião, foi inaugurada a biblioteca de bioética com as presenças do também médico Carlos Mitsugui, coordenador Geral da Coordenadoria Cultural da BSGI, da psicóloga Luciana Monteiro, coordenadora do Nebio, e Rosa Otsuki, vice-coordenadora do núcleo. Para incentivar o crescimento da biblioteca, dr. Siqueira presenteou o Nebio com vários livros autografados sobre assuntos que abordam a bioética.
Sob o tema, a A difícil arte do exercício da cidadania no século XXI, José Eduardo de Siqueira proferiu sua palestra enfatizando que a sociedade precisa reconstruir seus valores e, para isso, sugeri que todas as áreas do conhecimento humano, têm que convergir os esforços para o próprio ser humano.
Ele destacou esse ponto porque a história tem como marco a utilização incorreta de grandes progressos científicos como foi o caso da produção das armas nucleares que destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. “Outro aspecto de nossa história que precisamos mudar é a distribuição da riqueza gerada – que ainda concentra-se de forma desigual”, enfatizou.
Contra a intolerância
Siqueira mostrou também sua indignação e conclamou a sociedade a encontrar um caminho, mencionando o ataque terrorista ocorrido em Paris, um dia antes de sua palestra. “Não podemos tolerar o fundamentalismo religioso, referindo-se a obrigatoriedade da leitura de um documento religioso como critério de destruição do outro ser humano. Relembrou a imagem da criança síria encontrada morta na praia quando estava em busca de paz”.
Para ele, “o que predomina hoje não é um espírito de solidariedade, de acolhimento, de reconhecimento, mas sim da intolerância ao outro que pensa diferente. Para reverter essas características o professor divulgou os quatro pilares estabelecidos pela UNESCO para o ser humano direcionar seus valores: Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser. “Precisamos aprender a viver com o outro por mais diferente que o outro seja. Infelizmente,nossa sociedade impulsiona a aprendermos a ter, eu preciso ter coisas, o acúmulo me faz visível, o externo me faz visível quando na realidade o que tinha que fazer visível é nosso interior. Eu preciso ser antes de ter. Importa ser e não ter. Nós nunca vamos construir uma sociedade humana caso não olharmos para o outro, sobretudo o mais vulnerável. Você nasce quando alcança o outro. O sofrimento do outro me obrigada a olhá-lo”, relatou.
Ao encerrar sua participação destacou a mensagem da Soka Gakkai Internacional de 2015 que destaca que a SGI com base na ideal de cidadania mundial salvarguadará os direitos humanos fundamentais e não discriminará nenhum indivíduo.
Mudança do coração e da mente
O encontro de biotética também contou com a participação de Rosa Otsuki, vice-coordenadora do Nebio, que relatou sua trajetória de vida para poder concluir os estudos e contribuir, efetivamente, para impulsionar ações para a construção de uma sociedade de paz, como também, explanou sobre o “Desenvolvimento Insustentável e desastres: as contribuições da bioética na análise do processo de vulneração sócio- ambiental, tendo como estudo de caso desastres ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, em Abril de 2010 .
“Esse evento foi de extrema importância pois a bioética engloba a dignidade da vida porque considera todos os seres vivos. Na Grécia antiga, esses valores restringiam-se apenas ao ser humano. E o planeta é um ser vivo. Abordamos questões aqui que os associados da Soka Gakkai vêm refletindo em seus eventos e aspirando em suas ações sempre estimulados por Daisaku Ikeda, Presidente da Soka Gakkai Internacional”, afirma Otsuki.
Entre os participantes estava a advogada Eugênia Barbosa da Silva que ressaltou que a palestra acrescentou mais conhecimento no aspecto humanista, fixou a importância no aspecto ético e moral. Esse olhar estende-se para todas as áreas da ética do ser humano no local de atuação. Essa visão humanista que um profissional transmite por meio do trabalho, o olhar para o outro.
“Com grande alegria o NEBIO pode realizar este primeiro encontro com o objetivo de promover a reflexão e o diálogo com base no humanismo e respeito a dignidade da vida. Tenho certeza que demos um passo muito importante na construção de uma sociedade mais consciente, atuante e justa”, afirma Luciana Monteiro, coordenadora do Nebio.
Colaborou: Leila Xavier
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