Leonardo (de azul) com amigos visitando a Grande Muralha na China
Foto oficial da formatura na Universidade Soka dos EUA
O mais velho de uma prole de quatro – todos homens – Leonardo Akihiro Saito é, desde o final do ano passado, o novo líder do Núcleo de Estudantes da BSGI. Aos 29 anos tem a fala de um jovem que enfatiza sua origem e que se orgulha de suas conquistas, mas mantendo a humildade. O olhar mareja-se com as recordações porém a voz indica a maturidade de suas ações e determinações. É um jovem obstinado que nunca deixou de sonhar e de buscar a concretização de seus ideais.
Como muitos imigrantes, seus avós fizeram as malas rumo ao outro lado do planeta almejando um novo porvir. O pai aportou no Brasil aos 14 anos e, neste solo fértil, plantou sua semente. Leonardo é mais velho dos quatro filhos que nasceram nesta terra. Associou-se à BSGI e a esposa o seguiu naturalmente. O filho mais velho – Leonardo – logo passou a acompanhar a mãe nas atividades voluntárias, mesmo sem entender. “Ela me explicava que eu compreenderia futuramente”, conta.
Cresceu e ingressou no Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO), ligado à Orquestra Filarmônica do Humanismo Ikeda (OFBHI), tocando violino. Sempre encarou com muita naturalidade o seu envolvimento das atividades dos grupos do Núcleo Estudantil. Estudante tranqüilo e aplicado, entendia sua atuação como parte de seu desenvolvimento enquanto pessoa e futuro cidadão. “Gostava das reuniões, eram simples mas cheias de afeto e sinceridade”, ressalta.
A cada encontro sentia que era preenchido com mais e mais conteúdo essencial para o seu desenvolvimento. “Mesmo nos detalhes mais simples, havia um porquê, um motivo”, completa.
O estudo do idioma japonês foi outro de seus companheiros na infância e adolescência. Por meio dele conseguiu, em 2001 ainda um estudante do Ensino Fundamental, participar de um intercâmbio ao Japão onde encontrou-se com um líder do Núcleo de Jovens da SGI. Um encontro que mudou totalmente a sua vida. A Universidade Soka dos EUA estava iniciando suas atividades e Leonardo foi presenteado com um boton com o emblema da instituição, recém aprovado. “Ele me disse que aquele era o protótipo que havia sido apresentado ao presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda”, recorda-se. Depois de aprová-lo, o dr. Ikeda disse àquele jovem líder que presenteasse um estudante com o protótipo. E, por alguma razão que somente o tempo poderia explicar, Leonardo foi o escolhido para receber o presente.
Naquela viagem decidiu pela carreira futura: Relações Internacionais. “Para construir pontes entre as nações”, enfatizou. E determinou que iria para os EUA, cursar a Universidade Soka.
Determinado, não desistiu mesmo depois de duas reprovações. Na terceira, resolveu dar um tempo – estudar mais e aprimorar-se – para finalmente, em 2008, em 16 de março, receber a tão esperada carta de aprovação. Iria enfim, concretizar seu sonho, como membro da 8ª turma daquela Universidade.
Durante sua estada em terras estadunidenses, não deixou de lado o ideal humanístico e dedicou-se também às atividades da SGI. Chegou à liderança de um dos grupos de apoio logístico e atuou com dedicação a todas as ações propostas.
“Mas tínhamos, minha família e eu, que fazer a nossa transformação conjunta”, conta em meio a uma profusão de emoções. Em 2011, em seu último ano de graduação, seu irmão caçula, Daichi de 13 anos, foi diagnosticado com linfoma. “Ele foi um grande guerreiro. Nunca desanimou e nunca perguntou ‘porque eu?’. Ele era o nosso grande incentivador, contaminando a todos com seu otimismo e valentia”. A postura do pequeno Daichi comoveu toda a família e hoje, quando se lembram dele, uma inexplicável coragem e esperança brota em seus corações. “Ele foi e sempre será um exemplo para todos nós!”, comove-se Leonardo.
A grandeza do pequeno Daichi fez com que toda a família se unisse em sua morte. Seu legado é até hoje fonte de força e coragem a todos os que o conheceram. E até a quem nunca o viu.
Em sua formatura na Universidade Soka dos EUA, Leonardo dedicou sua conquista ao irmão. Hoje, como líder dos estudantes da BSGI, ele se diz um privilegiado por poder levar a milhares de jovens mentes, um pouco do que SGI lhe proporcionou.
Em tempo: Leonardo esteve no Japão novamente e reencontrou aquele líder dos jovens que lhe dera o boton. “Caminhava por uma rua, guiado por um jovem japonês, quando sem pensar, viramos uma esquina. Estava contando a ele sobre como ganhei o boton. Perguntou o nome do jovem líder. Eu lhe disse e, no mesmo instante passava uma pessoa por nós. Ele chamou: ‘Ishiguro-san!’. Nos olhamos e nos reconhecemos. Foi um momento mágico!”, contou Leonardo emocionado. Sincronicidades do mundo da SGI...!
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